Uma das principais características do construtivismo foi uso de materiais industriais, como ferro, vidro e madeira, em suas obras. Segundo os construtivistas, cada material tem seu valor estético, e cada método de trabalho é definido pelos materiais. Apreciavam as formas simples, principalmente geométricas, e repudiavam os exageros ornamentais do passado . Eles não queriam ser vistos apenas como artistas, mas sim, com especialistas em arte, trabalhando em laboratório. Além disso, também não queriam que seus trabalhos fossem vistos como obras de arte, mas sim como projetos de engenharia.
Naum Gabo, um dos representantes do construtivismo, expressa muito bem esses conceitos em seu “Manifesto Realista”:
“Construímos nosso trabalho assim como o universo constrói o seu, como o engenheiro constrói suas pontes. [...] Ao criarmos coisas, tiramos [...] tudo o que lhes é acidental e local, deixando apenas o ritmo constante das forças nelas presentes.”
Gabo,Naum. “Realist Manifesto”, in Gabo. Cambridge, Massachusetts, Harvard University Press, 1957. Pp. 151-2; assinado por Naum Gabo e Noton (Antonie) Pevsner, Segunda Editora Estatal, Moscou, 5 de agosto de 1920.
Outra característica importante do construtivismo foi a exaltação da profundidade ao volume. Isto é, as obras, ao invés de terem uma forma traçada pelo volume, esta forma se dá pela profundidade dos espaços vazios. Um exemplo dessa característica é a obra Cabeça Construida, de Naum Gabo.
Cabeça Construida, Naum Gabo
Os construtivistas acreditavam que no novo mundo que estava sendo criado, o artista deveria ocupar seu lugar ao lado dos cientistas e engenheiros. Para isso, as obras deveriam ser construídas a partir de um princípio racional e calculável, que tivessem utilidade, ao invés de serem feitas apenas da arte pela arte. A todos esses princípios, atualmente, chamamos Design.
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